Nem eu, muito menos vocês contavam com esta. Pela primeira vez vou participar no NaNoWriMo, algo que ambicionava desde que tive conhecimento deste desafio. O ano passado cheguei inclusive a criar conta na plataforma, mas acabei por não participar devido ao trabalho e alguns assuntos pessoais. Este ano como me sobra imenso tempo livre (demasiado até), achei que seria um desafio interessante para tentar conquistar. Acredito que muitas pessoas possam até nem conhecer ao certo o que é o NaNoWriMo, em Portugal não é assim tão conhecido como lá fora. Contudo, para aqueles que não fazem a mínima ideia do que estou a falar, muito resumidamente: o NaNoWriMo é um desafio de escrita. Durante o ano surgem vários desafios, mas o mais ambicioso de todos acontece durante o mês de Novembro: escrever uma história com um mínimo de 50 mil palavras num mês.
NaNoWriMo que na verdade significa National Novel Writing Month é um desafio para escritores.
Se és um escritor, sem dúvida que precisas participar pelo menos uma vez neste projeto. Na minha opinião, é uma excelente maneira de se praticar a escrita em situações de maior pressão, ou então de criar uma rotina de escrita diária. Como referi acima, temos de escrever um livro com no mínimo 50 mil palavras. O próprio desafio coloca essa meta, quem quiser pode muito bem ultrapassar essa meta, aliás, se assim o for serás visto como o rei das palavras. Certamente que escrever um livro num mês não será tarefa fácil, há quem consiga, os meus parabéns a quem o consegue. Mas, do meu ponto de vista, é necessária alguma organização, como disciplina e prática como se alcançar tal feito. E, claro, o mais importante: é necessário muitas ideias e motivação. E não podemos esquecer do café, café é obrigatório para o bem estar mental de um escritor.
Ao contrário de mim, muitas das pessoas que realmente decidem participar neste desafio já têm um enredo planeado. Bom, como podem ver sou uma escritora muito bem preparada: só decidi à última hora que queria participar. Chegou ao primeiro dia do desafio e eu continuava sem qualquer ideia, até pensei em desistir sem antes começar. Tinha começado oficialmente o NaNoWriMo e eu sem qualquer sombra de ideia do que poderia escrever. Acima de tudo sabia ao que vinha, mesmo que não conseguisse escrever a história toda, queria pelo menos habituar-me a escrever todos os dias. Portanto nada estava perdido. Ainda. Podem acreditar que realmente foi uma ideia doida da minha parte participar neste desafio sem qualquer ideia em mente, mas não há nada melhor que improviso.
Então, como correu o primeiro dia?
O primeiro dia correu demasiado bem para meu gosto. Sou daquelas escritoras que prefere escrever de manhã, é quando tenho a cabeça mais fresca e menos cansada. Consigo sempre escrever mais na parte da manhã, mas no primeiro dia do NaNoWriMo eu achei que seria engraçado procrastinar o máximo possível a ver se as ideias chegavam. Portanto, no primeiro dia do desafio comecei às sete da tarde a escrever as primeiras palavras daquilo que viria a ser a minha nova história. No primeiro dia fiquei feliz, tinha ultrapassado a meta diária de 1667 palavras: escrevi 2256 palavras. Infelizmente não tive a magnífica ideia de cronometrar e descobrir quanto tempo demorei a escrever, mas um dia destes faço essa experiência.
Definitivamente eu não poderia começar uma história sem ter pelo menos uma ideia. Seria completamente de loucos. Como sou uma escritora que escreve e não partilha nada, tinha algumas história na gaveta que facilmente podia usar como ponto de partida. Então, fui pegar no primeiro capítulo de uma fanficton que escrevi anos atrás. O primeiro capítulo já tinha algumas alterações, portanto não precisei de mudar muita coisa. Bastou acrescentar um ou outro detalhe conforme o rumo que eu queria que futuramente a história fosse tomar. Claro que tive de reescrever tudo, bolas para mim que só sei editar histórias no papel, teria-me poupado imenso tempo. E assim avancei para o primeiro capítulo. No final de contas não custou tanto, tive uma certa ajuda, mas era o mínimo para quem não tinha nada planeado.
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Agora, segundo dia de NaNoWriMo e desta vez eu não tinha ajuda nenhuma. Não tinha ideias, claro que fazer um género de nuvem de ideias teria me ajudado, mas não o fiz. Para quem me conhece sabe que sou daquelas escritoras que gosta de ter pelo menos um plano, isto de estar a escrever sem um plano é mais complicado do que parecia. Contudo, também foi um dos principais motivos pelos quais decidi meter-me nesta aventura: queria perder a mania e hábito de planear tudo até ao mais ínfimo detalhe. Quis experimentar escrever conforme o meu estado de espírito, conforme me desse vontade. Chegámos ao segundo dia e desta vez não quis procrastinar: meti-me logo que acordei a escrever. Nesta brincadeira lá consegui escrever mais 1960 palavras durante a parte da manhã, se irei escrever mais? Não sei, provavelmente volto a escrever mais algumas palavras ao final da tarde.
Expectativas para o resto do desafio:
Apesar de estar bem positiva quanto a este desafio, estou com receio de que me canse da história por não saber ao certo que rumo ainda lhe irei dar. Durante os próximos dias irei criar um género de linha do tempo, com pelo menos alguns eventos mais importantes, assim será mais fácil de guiar-me. Estou reticente quanto às minhas personagens, estou a gostar delas, mas sinto que preciso focar-me um pouco mais na caraterização. Está a ser incrível escrever sem saber como será o final, poderá ser um final trágico ou até um final bem leve, irá depender de muitos fatores.
O que realmente pretendo com o NaNoWriMo?
Acima de tudo quero voltar a escrever, faz mais de ano que não escrevo nada para além de artigos para o blogue. Em Setembro de 2019 escrevi uma short-story que planeava editar em 2020 e quem sabe até partilhar para o público. Contudo, perdi o entusiasmo pela história. E, sem esquecer que, sou aquela escritora que precisa deixar o seu manuscrito descansar na gaveta e mais tarde pegar nele com a mente mais fresca. A minha rotina anterior de escrita já envolvia uma meta diária de palavras muito mais alta do que a que estou atual a seguir. Por enquanto não está a ser muito complicado ultrapassar a meta, mas ainda só vamos no segundo dia, por isso não posso gabar-me demasiado.
Para quem tem curiosidade a saber mais coisas sobre o livro que estou a escrever: sem dúvida alguma que é um thriller. Pelo menos isso eu tenho a certeza, foi a primeira coisa que disse que seria obrigatório. É uma aventura daquelas, estou com certo receio de que acabe a motivação ou que me deixe influenciar por leituras que eu faça. Mas, estou muito convicta de que serei pelo menos capaz de completar as cinquenta mil palavras durante o mês de Novembro. Agora, resta só saber se futuramente irei dar uma chance a esta história de ver a luz do dia.
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