“Não gosto de clássicos.” Quantas vezes já ouviram esta frase? Imensas, acredito. Eu inclusive já a disse. Conto pelos dedos da mão quantos clássicos eu li e adorei. Quando me perguntam quantos clássicos li e respondo tantos como os dedos das minhas mãos ficam a olhar para mim como se tivesse um terceiro olho na testa. Eu, que conto com mais de quinhentos livros lidos e quase o mesmo número na minha estante, acham estranho eu ter lido tão poucos clássicos. Infelizmente, não é dos meus géneros literários preferidos. Contudo, tenho experimentado e gostado de alguns.
É um género literário que admiro, leio um ou outro clássico, recentemente li O Monte dos Vendavais – um clássico que nunca pensei vir a ler -, no final do livro fiquei encantada, simplesmente adorei-o! Outro clássico que arrebatou-me foi Jane Eyre. Na minha opinião é que um clássico não é um clássico por ser rotulado assim, há milhares de clássicos que apenas ainda não foram descobertos e classificados como tal. Os livros que hoje lemos, no futuro poderão ser clássicos. Já pensaram nisso?
O que pretendo abordar hoje cá no blogue é o facto de muitas pessoas acharem que todo o leitor deve admirar os clássicos. Verdade que os clássicos têm importância na literatura – se assim não fosse nem teriam desta denominação de clássicos -, assim como qualquer outro livro de qualquer género literário. Se gostam de clássicos, claro que vão espalhar aos quatro ventos recomendações. Mas, para um pessoa amante de fantasia isso não fará nenhum sentido.
É normal não gostarmos do mesmo. É normal nem todos terem uma estante só de clássicos. É normal gostares apenas de clássicos. É normal. Cada leitor é um leitor, cada livro é um livro. Somos todos diferentes, e o que não falta são oportunidades para lermos aquilo que gostamos. Cada vez admiro mais pessoas que gostam de ler géneros literários distintos dos meus, admiro-as porque a forma como falam fazem-me por vezes querer ler. A paixão com que o leitor transmite aquilo que ama é tão cativante e transmite uma sensação de alegria.
Acreditem que não são estranhos por não gostarem de clássicos, muito menos são piores leitores por isso. O que realmente importa é lermos, sejam clássicos ou não. A leitura é suposto unir pessoas, não o contrário. Portanto, vamos deixar isto de criticar os gostos dos outros leitores, ninguém é melhor que ninguém porque já leu mais clássicos que os dedos da mão. Partilhem o vosso amor pela leitura, transmitam essa vibração que vos vai na alma. Leiam aquilo que gostam. Sejam leitores felizes.
Há clássicos de todos os géneros. Ser clássico não é um género. Entendi a tua mensagem e espero que entendas a minha. Gostos não se discutem ?
Sim! Eu entendi a que te referes, há clássicos para qualquer um, basta perder uns minutos a procurar. Admiro imenso quem sabe tanto sobre clássicos, quem está mais dentro desse mundo literário. Quanto a leitora que sou, sinto que ainda não amadureci o suficiente para pegar em alguns clássicos. Um dia!