Dizem que com o tempo amadurecemos. À medida que o tempo passa, sentimos que ficámos mais sábios. O tempo amadureceu-nos, ensinou-nos e acima de tudo, mostrou-nos a realidade. Com o tempo ficámos cheios de marcas, sejam de dor ou felicidade. Temos uma história para contar, um caminho enorme que já percorrermos. Passeamos com uma mala cheia de aventuras e lições, porém, a grande questão é: somos sábios? Até quando devemos enriquecer a nossa sabedoria? Será que com oitenta anos seremos já sábios o suficiente? Será que a vida nos terá ensinado tudo e não haverá mais nada para aprender? Ou será possível que alguém com trinta e poucos anos tenha mais sabedoria que alguém com o dobro da sua idade? Podemos medir a nossa sabedoria pela nossa idade? Ou medimos por aquilo que já vivemos?
Perguntas atrás de perguntas. É isso que sinto e penso. Não há respostas certas, acredito sim que há crenças. Eu acredito que uma pessoa com o triplo da minha idade tem mais sabedoria que eu, pelo menos em certos aspetos. Contudo, eu como sou mais nova e vivo numa era diferente, noutros aspetos acabo por ter mais sabedoria que a outra pessoa. Ao nível de experiência de vida, claro que a pessoa com mais idade que eu saberá um detalhe ou outro que eu não sei. Mas, eu também acredito que a sabedoria não está totalmente relacionada com a nossa idade. Podemos ser novos e maduros, como podemos ser mais velhos e imaturos. Esse aspeto depende de muita coisa, não acredito que pela idade possamos definir o nível de experiência e sabedoria de alguém.
Hoje quero falar um pouco disto da sabedoria. Dei por mim a questionar-me sobre o tema quando procurava por livros de desenvolvimento pessoal. Como saberei eu que sei o suficiente? Nunca saberei e isso conforta-me. Adoro saber que haverá sempre algo mais para aprender, gosto daquele sentimento de que ainda não descobri tudo e que haverá muito mais pela frente. Não pretendo ser a mais sábia, nem ter mais sabedoria que alguém. Pretendo sim, conseguir aprender o máximo que conseguir para expandir os meus horizontes. Digo isto olhando para o meu ano anterior, aliás, recuando três anos e digo-vos que a mudança que existiu em mim, foi tão grande que eu nem acredito que fui aquela pessoa. É desta forma que eu acho que a sabedoria e o desejo pela sabedoria é importante. Se quisermos aprender mais, estaremos sempre a mudar e a evoluir. Aprender para tornar-nos melhores pessoas, com mais horizontes e conhecimentos.
A vida por si só nos ensina muita coisa. Há certos aspetos que apenas a vida nos pode ensinar, não conseguimos descobrir e aprender isso apenas através de livros, filmes e podcasts. Temos de vivenciar para aprender na pele como realmente é. Como por exemplo, podem referir em diversos lados o luto e como é, mas só sabemos realmente como é até que estamos a passar por um momento de luto. Quem fala no luto, fala no amor. O amor pode ser o que quisermos, mas até experimentarmos por nós mesmos, nunca saberemos ao certo o que é o amor. São experiências de vida que variam de pessoa para pessoa, portanto, cabe a cada um de nós deixar a vida ensinar. Haveremos de nos magoar, diversas vezes, mas isso é apenas a vida a ensinar que podemos cair e mesmo assim teremos forças para levantar. Nada é fácil, a própria vida nos ensina isso desde que somos pequenos.
Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser.
William Shakespeare
Como podemos manter a sabedoria? Para mim a sabedoria é um aspeto muito importante na minha vida, dou-lhe muita importância e tiro sempre um bocado do meu dia para trabalhar nesta área. Cultivar o desejo pela sabedoria é o primeiro passo para aumentar a sabedoria. O simples facto de querermos saber mais é o ponto fulcral para sermos um pouco mais sábios. Durante muito tempo achei que me bastava saber o que aprendia com o tempo, deixava nas mãos do tempo aquilo que eu deveria ou não saber. Aquele monstro para aprender mais, não tinha aparecido, com muita pena minha. Mas, posso dizer que amadureci, e passei a ver com outros olhos isto de aprender. Agora dou por mim a reservar um espaço na minha agenda, seja de uma hora ou meia hora apenas, para aprender algo novo.
Quando comecei isto de querer aprender mais não sabia por onde começar. Peguei num tema que gostava imenso, foi o caso de desenvolvimento pessoal. É um tema extenso, cheio de áreas para estudar. Resultou bem, descobri temas que nunca pensei serem falados. Passados uns meses ainda estou a estudar desenvolvimento pessoal, estou por minha conta e risco, verdade seja dita. Como comecei? Peguei num caderno e anotei aspetos na minha vida que gostaria de melhorar. Procurei vídeos que falassem sobre o tema, vi discussões, li livros, ouvi podcasts e assisti a diversas aulas online. Serviu de alguma coisa? Realmente serviu, o meu pensamento mudou. Eu própria mudei. Cresci e não foi preciso depender do tempo. Cresci por mim, deixei-me evoluir por mim. Dei toda a autorização ao meu monstro para aprender tudo e mais alguma coisa. Só há uma coisa de que me arrependo: não ter começado mais cedo. Porém, comecei na altura que tinha de começar.
Não deixei morrer o vosso desejo de aprender, queiram sempre mais do que já sabem. Procurem descobrir o porquê das coisas, aprender motivos e razões. Queiram aprender seja o que for. Aprendam que o saber não ocupa espaço. Muitas das vezes não precisas frequentar uma faculdade para saberes mais que alguém. Cada um tem o seu nível de sabedoria, não podemos comparar. Cada percurso é um percurso, mas lembra-te, há imensos recursos disponíveis caso queiras aprender. Portanto, resta só não arranjes desculpas para não o fazer.
Leave a Reply