Por vezes existem livros que nos surpreendem de uma forma inexplicável. Nestas alturas acredito que os livros nos escolhem e não ao contrário. Há sempre histórias que olhámos para elas e pensámos não será assim tão bom, e no final das contas é muito melhor do que esperávamos. É quando o livro vira-se para nós e diz toma lá está, não esperavas pois não? Posso afirmar que foi o caso de Branco Ósseo de Ronald Mafi. A sinopse despertou o meu interesse, mas com o passar do tempo e talvez a falta de opiniões na nossa comunidade, acabei por perder um pouco do interesse que tinha. Assim, as expectativas que tinha para o livro baixaram. Iniciei a leitura com as expectativas bem baixas, mas dei por mim logo no primeiro capítulo a ficar apaixonada por esta história que prometia ser mais aterradora do que pensava vir a ser.
Honestamente não sei ao certo como descrever o turbilhão de emoções que acabou por ser esta leitura. Acho que não houve um único momento deste livro que eu me sentisse aborrecida ou que quisesse pousar o livro. A cada capítulo que passava só queria ler mais e mais. Assim que terminei o livro fiquei com um vazio no coração: queria mais, aliás, precisava de mais. A verdade é que Ronald Mafi conseguiu o que Stephen King fez quando li pela primeira vez um livro seu: deixou-me de lágrimas nos olhos, não de medo ou emocionada, mas porque me apaixonei pela sua escrita, como também pela forma como narra a história.
The Word is Murder de Anthony Horowitz
Sou uma leitora que adora imenso ler sobre terror, livros que tenham como base o sobrenatural melhor ainda. Avancei para a leitura de Branco Ósseo de Ronald Mafi deveras com receio daquilo que pudesse vir a acontecer. Na capa encontrámos logo a indicação de que foi finalista do prémio GoodReads para melhor livro de terror. Bem, é mesmo para uma pessoa meter as expectativas todas lá bem no alto, mas mesmo assim preveni-me: já sei como sou quando se trata de livros premiados, nunca gosto deles. Será problema meu que sou demasiado exigente, ou não? Mas, bolas, na verdade ninguém me preparou de todo para o que viria a ser uma montanha de emoções.
Apeguei-me a esta história como se não houvesse mais livros no mundo, como se fosse a minha última leitura da vida. A forma como vivi ao lado de Paul Gallo esta história foi deveras impressionante. Não queria despedir-me da personagem, por momentos quase chorei com medo de que ele morresse ou algo de mal lhe acontecesse. Isto tudo devido à forma como Ronald Mafi tem um talento inato para narrar. Admiro-o pela forma como consegue criar uma personagem banal e fazê-la parecer tão incrível, que leva o leitor a temer pela vida de uma personagem.
Misery de Stephen King
Branco Ósseo de Ronald Mafi trata-se de uma história onde só acredita quem vê ou vive. É pensar que o nosso personagem principal está doido, que não passa tudo de histórias do povo, e no final temer pelo que possa acontecer. É terror, terror do puro, posso afirmar. Se por acaso são fãs de Stephen King, acredito que facilmente vão perder-se por esta história. Aliás, não há forma como não gostar da escrita de Ronald Mafi, é incrivelmente deliciosa. Estava preparada para uma leitura mediana, dei de caras com um livro intenso, cheio de mensagens e mais importante: com terror de arrepiar qualquer um.
O escritor conseguiu convencer-me, para além de que terminei o livro com vontade de o reler no momento a seguir. Branco Ósseo de Ronald Mafi é daqueles livros que facilmente passará ao lado dos leitores portugueses. Honestamente vi tão pouca gente da nossa comunidade de leitores a ler este livro ou até mesmo a partilhar o seu título, que pensei que o livro não era grande coisa. Enganei-me e enganam-se vocês. É sim grande coisa. Poderá não ser o melhor livro de terror do ano, mas acreditem que está entre os melhores. Preciso de mais livros do autor, vou querer lê-los a todos. Simplesmente divinal. Um livro que recomendo a todos os leitores fãs de terror, vão adorar esta história macabra e doida.
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